Um artigo de revisão publicado recentemente (2017) reforçou a importância da alimentação na gestação, lactação e no período de introdução alimentar para a formação do paladar e dos hábitos alimentares das crianças e futuros adultos. Irei descrever aqui alguns pontos interessantes:
- Estudos sugerem que a exposição aos sabores através do líquido amniótico pode influenciar a aceitação dos alimentos após o nascimento.
- Após o nascimento, quando o bebê está mamando, ele também poderá sentir os sabores dos alimentos consumidos pela mãe via leite materno. Para isso é importante que a mãe tenha uma alimentação variada e saudável.
- A exposição repetida aos sabores sentidos via líquido amniótico e leite materno poderá aumentar a aceitação da criança pelos alimentos que serão introduzidos. Não só no período de introdução alimentar, mas em fases posteriores da vida.
- Na fase de introdução alimentar (por volta dos 6 meses), os bebês irão explorar novas texturas, sabores e aromas. Nesse momento é importante oferecer variedade de sabores, pois isso poderá contribuir para a melhor aceitação dos alimentos no 1° ano de vida e reduzir as chances de seletividade alimentar no futuro.
- Exposições repetidas poderão familiarizar mais a criança com os novos alimentos e melhorar a sua aceitação. Por isso, não desista na 1°, 2°…5° exposição. Continue oferecendo os alimentos em diferentes momentos por 10-15x ou mais.
- Fatores socioculturais e o ambiente familiar também poderão exercer influência sobre as escolhas e preferências alimentares do bebê. Os pais/cuidadores são os responsáveis pelas primeiras experiências alimentares das crianças e as crianças, por sua vez, observam o que os pais comem e a forma como se alimentam. Por isso, os hábitos alimentares saudáveis em casa são tão importantes.
- Respeitar os sinais de fome e saciedade do bebê faz parte da formação dos hábitos alimentares e também pode exercer influência na aceitação alimentar. .
Interessante não é?
Fonte: Early taste experiences and later food choices. Nutrients 2017, 9, 107.
Texto escrito por Amanda Guimarães | Nutricionista infantil
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